A fibrose quística (FQ) deve o seu nome ao aspeto quístico e fibroso que o pâncreas adquire com a doença. É uma doença hereditária, crónica e progressiva causada por alterações no gene CFTR. A doença provoca mau funcionamento das glândulas que produzem o muco respiratório, o suor e os sucos digestivos, sendo que as respetivas secreções tornam-se espessas e pegajosas, acumulando-se nos órgãos.

A FQ apresenta incidência semelhante no género feminino e masculino, atingindo mais frequentemente os indivíduos de raça caucasiana.

Segundo a Associação Nacional de Fibrose Quística, estima-se que em Portugal nasçam por ano cerca de 30 a 40 crianças com FQ.

Quais são os sintomas?

A doença surge nos primeiros anos de vida e pode ter graus de intensidade variáveis. Como é uma doença multissistémica, existe uma multiplicidade de sintomas. Os mais comuns são:

  • suor mais salgado que o habitual (sintoma clássico da FQ);
  • tosse persistente acompanhada de expetoração abundante;
  • falta de ar e pieira;
  • infeções respiratórias frequentes (pneumonias e bronquites);
  • problemas de fertilidade;
  • perturbações intestinais (obstruções frequentes e fezes gordurosas);
  • dificuldades de crescimento e em ganhar peso;
  • dificuldades na absorção dos alimentos.

Que cuidados devo ter?

De forma a minimizar os efeitos da FQ e melhorar a sua qualidade de vida, deve procurar ter os seguintes cuidados:

  1. fazer fisioterapia respiratória;
  2. em caso de sudorese intensa, reforçar a quantidade de água ingerida;
  3. lavar as mãos regularmente – diminui o risco de infeção;
  4. tomar a vacina contra a pneumonia pneumocócica e todos os anos a vacina da gripe;
  5. praticar exercício físico o mais regularmente possível.

Intervenção da Fisioterapia

A reabilitação respiratória cumpre um papel imprescindível como tratamento complementar às medidas farmacológicas, devendo ser precocemente instituída.  Os seus objetivos centram-se nos seguintes aspetos:

  • mobilização e eliminação das secreções através de técnicas de autodrenagem e de desobstrução brônquica;
  • treino de resistência muscular;
  • educação sobre a doença e o seu tratamento.

O resultado levará à diminuição das infeções respiratórias, do número de internamentos e melhor qualidade de vida das pessoas com FQ e seus familiares.

A Clínica do Movimento tem ao seu dispor uma intervenção personalizada e de elevada qualidade na área da Fisioterapia Respiratória. Se foi diagnosticado com esta doença e não quer deslocar-se à clínica, um dos nossos fisioterapeutas pode deslocar-se até si. O fisioterapeuta vai ao domicílio, ensina as técnicas de fisioterapia respiratória e estabelece um programa de exercícios físicos de acordo com as suas necessidades. Na sessão seguinte, é feita a avaliação do cumprimento do programa, corrigindo alguns pormenores da aplicação das técnicas, e é elaborado um novo programa.

Autora: Joana Coutinho, Fisioterapeuta Lic., Mestre em Fisioterapia Neurológica.

Bibliografia:

  • Associação Portuguesa de Fibrose Quística
  • Sociedade Portuguesa de Pneumologia
  • European Lung Foundation
  • Associação Nacional de Fibrose Quística
  • Rota Saúde Lusíadas
  • Farmácias Portuguesas
Infeções respiratórias e a fisioterapia
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