Uma entorse tibio-társica é uma lesão dos ligamentos do complexo articular do tornozelo. Estes ligamentos atuam como estabilizadores laterais do tornozelo, nomeadamente, em movimentos nos extremos das amplitudes articulares. Em condições normais, os ligamentos, como estruturas elásticas que são, distendem (esticam) até ao seu limite, regressando, de seguida, à sua posição inicial. Todos os ligamentos possuem uma amplitude específica de movimento e limites que lhes permitem manter as articulações estabilizadas. A entorse ocorre quando o ligamento é forçado para lá da sua normal capacidade.

A lesão, geralmente, ocorre quando alguém, acidentalmente, mobiliza o tornozelo de forma anormal, ou seja o tornozelo é “torcido”. Este movimento pode levar os ligamentos a estirarem (alongarem de forma excessiva) ou mesmo, nos casos mais graves, a romper. O nível de extensão da lesão dos ligamentos deve, então, ser classificado de acordo com os seguintes graus:

  • Entorse Grau I: estiramento ligamentar leve, alguma sensibilidade e edema (“inchaço”) em redor do tornozelo.
  • Entorse Grau II: Existe já uma rotura parcial do ligamento lesado, com aumento de sensibilidade (dor) e edema no tornozelo, com possível hematoma (“pisado”); a marcha normal pode estar comprometida.
  • Entorse Grau III: rotura ligamentar completa; dor, edema e hematoma significativos; o tornozelo torna-se instável e a marcha têm de ser suportada com canadianas.

Existem essencialmente dois tipos de entorse do tornozelo, tendo em conta os mecanismos que podem causar a lesão. As entorses mais frequentes são as que ocorrem com inversão do pé, o que origina lesão ligamentar na face lateral da articulação (“parte de fora do pé”). Ainda assim, em casos mais raros podem ocorrer entorses em eversão do pé, com lesão ligamentar interna (“parte de dentro do pé”).

Autor

André Ferreira – Fisioterapeuta Lic., Pós Graduado em Terapia Manual Ortopédica

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